segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

ARTIGO SAÚDE: LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO


ARTIGO SAÚDE

LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO 

O que é?
Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença inflamatória de causa desconhecida.
Para que se desencadeie a doença, agentes externos desconhecidos (vírus, bactérias, agentes químicos, radiação ultravioleta) entram em contato com o sistema imune de um indivíduo que está com vários genes erradamente induzindo produção inadequada de anticorpos. Estes anticorpos são dirigidos contra constituintes normais (auto-anticorpos) provocando lesões nos tecidos e também alterações nas células sangüíneas.
É uma doença razoavelmente comum no consultório dos reumatologistas. Melhor conhecimento médico e avanço em métodos diagnósticos devem ser os motivos pelos quais o LES tem sido diagnosticado com mais freqüência e seu prognóstico é muito melhor do que há 15 anos atrás.
Atinge principalmente mulheres (9:1) em idade reprodutiva, iniciando-se mais comumente entre 20 e 40 anos. Pode ser bastante benigno até extremamente grave e fatal.

O que se sente?
As manifestações clínicas são muito variáveis entre os pacientes.
As queixas gerais mais freqüentes são mal-estar, febre, fadiga, emagrecimento e falta de apetite, as quais podem anteceder outras alterações por semanas ou meses. Os pacientes já poderão estar sentindo dor articular ou muscular leve e apresentando manchas vermelhas na pele que passam por urticária.
As alterações mais freqüentes ocorrem na pele e articulações.

Pele e mucosas
Há muitos tipos de lesão cutânea no LES. A mais conhecida é a lesão em asa de borboleta que é um eritema elevado atingindo bochechas e dorso do nariz. Manchas eritematosas planas ou elevadas podem aparecer em qualquer parte do corpo.
Muitos pacientes com LES têm sensibilidade ao sol (foto-sensibilidade). Assim, estas manchas podem ser proeminentes ou unicamente localizadas em áreas expostas à luz solar. Outras vezes, as lesões são mais profundas e deixam cicatriz (lúpus discóide).
 


Começam com uma escamação sobre a mancha eritematosa. Com o passar do tempo a zona central atrofia e a pele perde a cor, ficando uma cicatriz que pode ser bastante desagradável.
Há casos de lúpus discóide em que nunca haverá outros problemas, isto é, não haverá lúpus sistêmico. Estes pacientes devem ser seguidos com atenção pois não há como acompanhar a evolução sem exame físico e laboratorial.
Queda de cabelo é muito freqüente. Os fios caem em chumaços e muitos são encontrados no travesseiro. É sinal de doença ativa.
 


Apesar de não serem freqüentes, são úteis para o diagnóstico o aparecimento de feridas dentro do nariz, na língua e na mucosa oral.

Aparelho locomotor
A grande maioria dos pacientes tem artrite. Esta costuma ser leve e melhorar rapidamente com tratamento. Entretanto, há poucos casos em que aparecem lesões destrutivas que podem ser bastante graves.
O uso de corticóide por longo tempo (que muitas vezes é indispensável) pode provocar, em cerca de 5% dos pacientes, necrose em extremidade de ossos longos, principalmente fêmur.
Tendinites ocorrem com freqüência e podem acompanhar as crises de artrite ou se manifestarem isoladamente. Regiões não habituais como tendão de Aquiles podem incomodar por bastante tempo. Poucas vezes há lesões graves.
 


Lúpus crônico pode provocar deformidades nas mãos que lembram artrite reumatóide.
Miosite (inflamação das fibras musculares) não é um evento comum, mas pode ser grave e confundir com outras doenças musculares. Dor muscular discreta pode ocorrer e não é preocupante.

Rins
É muito freqüente haver glomerulonefrite lúpica. Felizmente, a maioria dos pacientes sofre de lesões leves e não progressivas, sendo sua única evidência discretas alterações no exame de urina, ou apresentam lesão renal que responde muito bem ao tratamento.
Quando há proteínas, hemácias, leucócitos e vários tipos de cilindros no exame de urina e aumento da creatinina no sangue estamos diante de uma situação grave mas de modo algum sem solução.
O aumento da pressão arterial é indicativo de gravidade.

Sistema nervoso
Raízes nervosas periféricas e sistema nervoso central (SNC) em conjunto estão comprometidos em mais da metade dos pacientes com LES.
Dor de cabeça, mais do tipo enxaqueca, é a manifestação mais comum quando há inflamação do sistema nervoso central. Como é uma queixa muito freqüente na população normal, muitas vezes não é valorizada.

Não raramente outras manifestações que podem aparecer são:
Neurite periférica (ardência, formigamento, queimação, perda de força)
Distúrbios do comportamento como irritabilidade, choro fácil, quadros mais graves de depressão e mesmo psicose.
Convulsões (pode ser a primeira manifestação em crianças).
Coréia (movimentos involuntários e não coordenados de membros superiores e inferiores), muito mais raro.

Há uma regra que deve ser seguida obrigatoriamente em "neurolúpus": descartar a possibilidade de haver infecção
Outro detalhe que deve ser observado é ansiedade e depressão que ocorrem em pessoas com doença crônica (e que pode ser grave) e com problemas estéticos provocados pela dermatite ou uso de corticóide.
O síndrome anti-fosfolípide pode ser uma entidade isolada ou acompanhar o LES. Ocorrem trombos em veias e artérias de qualquer tamanho, provocando embolias. A ocorrência de microtrombos no cérebro provoca infartos pequenos com manifestações pouco observáveis de início. Pode ser uma causa de grave repercussão do LES no SNC.
Quando os trombos se instalam na placenta são causa de abortamento.

Coração
Inflamação isolada da membrana que envolve o coração (pericardite) não é rara e é facilmente resolvida. Lesões graves em válvulas, inflamação do miocárdio e das coronárias não são freqüentes.
Palpitações, falta de ar e dor no precórdio são sinais de alerta. Podem estar presentes desde o início da doença.

Pulmões
Mais da metade dos pacientes sentem dor nas costas ou entre as costelas devido à inflamação da pleura. Quando é leve, só aparece ao respirar fundo e a radiografia pode ser normal, isto é, sem derrame. Piorando, a dor fica mais forte e a respiração mais difícil e acompanhada de tosse seca.
Também ocorrem inflamação nos alvéolos (cuidado com infecção ao mesmo tempo) e nas artérias (raro e muito grave).

Vasos
É muito freqüente no LES os pacientes estarem com mãos frias que, quando em contato com superfície gelada ou quando a temperatura ambiente é baixa, passam de pálidas para roxas (cianose) e por vezes com dor na ponta dos dedos. Chama-se fenômeno de Raynaud. Pode ocorrer em pessoas que nunca terão a doença mas pode preceder por anos as outras manifestações de LES ou outras doenças inflamatórias auto-imunes.
Inflamação de vasos chama-se vasculite. Dependendo da intensidade da inflamação haverá de manchas eritematosas até pontos de gangrena na região irrigada pelos vasos comprometidos.

Olhos
Conjuntivite ou outras manifestações são pouco comuns. Uma complicação grave são trombos no fundo do olho na presença de síndrome antifosfolípide.

Aparelho digestivo
Complicações graves são muito raras. Os medicamentos são a causa mais freqüente das queixas tipo azia, dor abdominal e falta de apetite.
Em poucos pacientes aumentam as enzimas hepáticas, mostrando haver inflamação no fígado. Nesta situação, deve-se sempre descartar a concomitância de duas doenças e procurar infecção viral.

Sangue
Anemia leve é muito comum e é controlada com o tratamento habitual da doença. Piora em pacientes mais graves e quando há insuficiência renal.
Anticorpos dirigidos diretamente contra glóbulos vermelhos podem ser de difícil controle; ocorre em menos de 20% mas pode ser uma forma de início do LES e, como o tratamento com corticóide em dose alta mascara outras manifestações, o diagnóstico pode não ser percebido.
Pode haver queda importante de glóbulos brancos (risco de infecção) e de plaquetas (risco de sangramento).

Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico do LES é feito através da associação de dados clínicos e laboratoriais.
O médico precisa lembrar-se do lúpus e há algumas pistas que auxiliam bastante mesmo quando as manifestações clínicas são pobres. Mulher em fase de reprodução (crianças e mulheres depois da menopausa também têm lúpus) com dor articular, sensação de estar doente, emagrecimento, "urticárias" de repetição, queda de cabelo, fenômeno de Raynaud, exames antigos com alterações tipo glóbulos brancos baixos, alterações na urina, anemia não explicada podem ser manifestações de início da doença.

A pesquisa dos anti-anticorpos é utilizada para diagnóstico e alguns deles para acompanhamento da doença:
FAN (fator antinuclear) é o mais freqüente.
Anti-dsDNA é sinal de doença ativa e geralmente com doença renal.
Anti-Sm não é muito freqüente mas, quando presente, confirma o diagnóstico.

A utilização clínica da presença destes auto-anticorpos e de vários outros é extremamente útil. Deve ser feita pelo reumatologista pois não são específicos, isto é, aparecem em mais de uma doença e a combinação da presença de um ou mais auto-anticorpos com a clínica é que permite que se chegue a um diagnóstico.

Critérios diagnósticos do LES
Na tabela a seguir estão os critérios do Colégio Americano de Reumatologia de 1982 modificados. Deve ser utilizada por médicos
 
1. Erupção malar:  Eritema fixo plano ou elevado sobre as regiões malares e dorso do nariz.
2. Lesão discóide:  Placas eritematosas com escamação aderente,comprometimento dos pelos e cicatrização com atrofia.
3. Foto-sensibilidade:  Erupção cutânea que aparece após exposição à luz solar.
4. Úlceras orais:  Ulceração de nasofaringe ou boca vista por médico.
5. Artrite:  Não erosiva comprometendo duas ou mais articulações periféricas.
6. Serosite:  Pleurite documentada por médico; pericardite documentada por ECG ou médico.
7. Desordem renal:  Proteína na urina maior do que 500mg por dia ou +++ em exame comum; cilindros de hemácias, granulosos, tubulares ou mistos.
8. Desordem neurológica:  Convulsões ou psicose na ausência de outra causa.
9. Desordens hematológicas:  Anemia hemolítica, menos de 4000 leucócitos/mm3 em 2 ou mais ocasiões, menos de 1500 linfócitos/mm3 em 2 ou mais ocasiões, menos de 100.000 plaquetas/mm3 na ausência de outra causa.
10. Desordens imunológicas:  Anti-DNA positivo ou anti-Sm positivo ou falso teste positivo para lues (sífilis) por mais de 6 meses com FTA-ABS normal.
11. FAN positivo:  Na ausência de uso das drogas que podem induzir lúpus.


Para que se faça diagnóstico de lúpus são necessários quatro critérios ou mais. Para utilizarmos pacientes em um trabalho de pesquisa devemos seguir à risca a soma dos critérios. Na prática, se tivermos dois ou três critérios "fortes" como artrite, dermatite e FAN e não encontrarmos outra doença fazemos o diagnóstico e tratamos pois tratamento eficaz e precoce sempre leva a melhor prognóstico.

Como é o tratamento?
Mesmo havendo protocolos internacionais para o tratamento de doenças complexas como o LES, cada paciente tem a sua história.
Sabemos qual o melhor medicamento para cerebrite, nefrite, dermatite, mas os resultados são individuais. O tratamento do lúpus não é um esquema pronto para ser executado e as características de cada caso ditarão o que se deve fazer, tornando-o artesanal.
Os medicamentos utilizados podem provocar efeitos colaterais importantes e devem ser manejados por profissionais experientes.
Os pacientes devem estar alertas para os sintomas da doença e para as complicações que, embora raras, podem aparecer. Se forem prontamente manejadas é muito mais fácil solucioná-las.
Naturalmente, não é nossa intenção instruir o tratamento do LES. Este deve ser feito por médicos experientes e os pacientes não devem modificá-los sem orientação.

Perguntas que você pode fazer ao seu médico
A doença tem cura?
Qual a finalidade do tratamento?
O tratamento é esta receita somente ou devo repetí-la?
Há interferência com outros remédios que estou usando?
Quais os efeitos colaterias? Devo fazer exames de controle?
Existem problemas com obesidade?
Qual a importância de exercícios e repouso?
Que cuidados devo ter com meus hábitos diários, profissionais e de lazer?
Existem problemas com o uso de anticoncepcionais? Com gravidez?
Existem problemas com exposição ao sol e luz fluorescente?

Fonte: http://www.abcdasaude.com.br

ARTIGO PILATES: A PRÁTICA DO PILATES ENCONTRA ALIADOS NA CAMINHADA, NA HIDROGINÁSTICA E NA YOGA.


ARTIGO PILATES

A PRÁTICA DO PILATES ENCONTRA ALIADOS NA CAMINHADA, NA HIDROGINÁSTICA E NA YOGA

Como aconteceu com a ginástica aeróbica na década de 70, o Pilates conquistou seu espaço no mundo fitness e tem sido Iindicado por médicos em hospitais para auxiliar na reabilitação de pacientes e no tratamento de males como o câncer, AVC e doenças neurológicas. Muitos são os motivos para a prática, desde a busca pelo corpo perfeito até a prevenção ou recuperação no caso de dores e lesões. Procurado por pessoas de todas as idades, a técnica do Pilates é considerada completa, uma vez que ajuda a manter o corpo saudável e melhora a concentração, a memória e o controle das emoções.
Com a popularização da prática e a explosão de estúdios nos últimos anos, instrutores buscam se diferenciar cada vez mais e criam novas formas de execução. Além da prática no solo e nos aparelhos, hoje é possível encontrar outras três modalidades - Walker, Hidro e YoLates – que aliam características da caminhada, hidroginástica e yoga ao exercício do Pilates.
O Pilates Walker pode ser realizado sobre a esteira ou ao ar livre e tem os mesmos benefícios cardiovasculares de uma caminhada convencional, apresentando uma maior queima de calorias e potencialização do efeito do Pilates. A atividade utiliza a essência do controle da mente sobre os músculos: com a concentração no ato de caminhar, o peso corporal se distribui melhor e passa a exigir o trabalho de músculos que antes não faziam parte da caminhada – o que provoca um maior gasto calórico. O Pilates Walker também deixa braços e abdômen mais definidos, já que são acionados através de exercícios característicos do Pilates.
O treino do Hidro Pilates fortalece e alonga músculos com movimentos de fácil execução. Como a água oferece resistência, eles são mais exigidos do que na prática no solo. Os exercícios realizados na piscina também acionam o abdômen, princípio do Pilates mantido pela modalidade. A atividade promove o ganho de flexibilidade, uma postura mais organizada e uma maior consciência corporal.
O YoLates é uma combinação de Yoga e Pilates. As aulas focam no fortalecimento dos músculos através de movimentos controlados com foco em flexibilidade, que ora são segurados, ora fluem para aumentar a frequência cardíaca. A modalidade trabalha todos os músculos do corpo utilizando o próprio peso corporal, uma faixa ou, por vezes, um pequeno peso. É uma combinação do trabalho do Pilates e a força e flexibilidade da Yoga.
Fonte: revistapilates

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

ARTIGO SAÚDE: ATIVIDADE FÍSICA AJUDA CRIANÇAS COM DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE


ARTIGO SAÚDE

ATIVIDADE FÍSICA AJUDA CRIANÇAS COM DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE


Estudo publicado no “Journal of Pediatrics”
19 Outubro 2012 
 
  As crianças com déficit de atenção e hiperatividade têm um melhor desempenho escolar após a prática de 20 minutos de atividade de física, sugere um estudo publicado no “Journal of Pediatrics”.

Apesar de a maioria dos atuais tratamentos para o déficit de atenção e hiperatividade ter sucesso, muitos pais e médicos estão preocupados com os possíveis efeitos secundários dos mesmos, estando também os gastos com a medicação a aumentar.

Assim, este estudo mostra que a prática de exercício físico pode ser considerada uma ferramenta não farmacológica importante para este tipo de transtorno, a qual deveria ser recomendada pelos psicólogos.

Neste estudo, os investigadores da Michigan State University, nos EUA, convidaram 40 crianças com idades entre oito e dez anos, metade das quais sofria de déficit de atenção e hiperatividade, a caminharem rapidamente ou estarem sentadas a ler durante 20 minutos.

Posteriormente, os participantes foram submetidos a pequenos testes de compreensão e de matemática, similares aos testes mais longos e habituais. As crianças jogaram também um jogo de computador simples, no qual tinham de ignorar um estímulo visual para rapidamente determinarem em que direção é que um peixe estava a nadar.

O estudo apurou que as crianças que praticaram exercício físico obtiveram melhores resultados nos dois testes. No jogo de computador as crianças com déficit de atenção e hiperatividade foram capazes de se concentrar melhor e abrandar o ritmo após terem cometido um erro, para evitar futuros enganos.

A concentração conseguida após a prática de exercício físico é um desafio para as crianças com este tipo de transtorno. Na verdade, estudos anteriores demonstraram que as crianças com déficit de atenção e hiperatividade magoavam-se quase duas vezes mais que as outras crianças devido à falta de atenção.

O líder do estudo, Matthew Pontifex, revelou que este trabalho mostra que as crianças com este distúrbio necessitam de praticar mais atividade física diária. Apesar de trabalhos experimentais terem demonstrado que as crianças com este tipo de distúrbio tendem a participar em menos desportos, as escolas deviam incentivar este tipo de atividades.


Fonte:  http://www.alert-online.com/br

ARTIGO PILATES: COMO O PILATES PODE AJUDAR CRIANÇAS COM TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE


ARTIGO PILATES

COMO O PILATES PODE AJUDAR CRIANÇAS COM TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE.


O TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) é atribuído a indivíduos que apresentam desatenção e inquietude exageradas. Antes da alteração da nomenclatura médica, em 1994, o TDAH era conhecido como DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). É considerado um transtorno do desenvolvimento, distúrbio inato que o indivíduo pode carregar da infância para a fase adulta, como a dislexia e o autismo.
O TDAH é, atualmente, definido por 18 sintomas divididos em dois blocos: sintomas de desatenção e  sintomas de hiperatividade e impulsividade. Trata-se de uma doença de dimensão, ou seja, toda pessoa apresenta um grau de desatenção e inquietude, mas só é diagnosticada como portadora quando esse grau é elevado, ultrapassa a média estipulada pela medicina, e quando esses sintomas passam a prejudicar demais o indivíduo. Na infância, o TDAH pode ser detectado quando a criança:
  • com frequência deixa de prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido em tarefas escolares e outras;
  • com frequência tem dificuldade em manter a atenção em tarefas e atividades lúdicas;
  • com frequência parece não escutar quando lhe dirigem a palavra;
  • com frequência não segue instruções e não termina tarefas;
  • com frequência tem dificuldade para organizar tarefas e atividades;
  • com frequência perde coisas necessárias para tarefas ou atividade (brinquedos, lápis etc.);
  • é facilmente distraída por estímulos alheios à tarefa;
  • com frequência apresenta esquecimento em atividades diárias;
  • com frequência agita mãos e pés ou se remexe na cadeira;
  • com frequência abandona sua carteira em sala de aula ou em outras situações em que se espera que permaneça sentada;
  • frequentemente corre ou escala em demasia, mesmo quando é inapropriado ao local ou situação;
  • está frequentemente “a mil” ou “a todo vapor”;
  • com frequência fala em demasia;
  • com frequência responde precipitadamente antes de uma pergunta ter sido completada;
  • com frequência tem dificuldade para aguardar sua vez;
  • frequentemente interrompe ou se mete em assuntos dos outros.
Segundo o neuropsiquiatra Paulo Mattos, em entrevista à Marília Gabriela no canal GNT, o TDAH é um dos transtornos de maior influência genética apontado pela psiquiatria. Isso abre a possibilidade de que nossos antepassados sofressem do distúrbio sem serem diagnosticados. Há descrições médicas do século 19 que tratam de crianças que apresentavam comportamento diferente.
O TDAH aparece quando a criança já tem cerca de 6 ou 7 anos, quando adentra a vida escolar e tem que ficar sentada, prestando atenção na professora. Uma em cada 20 crianças não consegue se concentrar, portanto, apresentam o transtorno. Há ainda as que não apresentam hiperatividade (TDA), mais comum entre meninas, o que torna possível que o transtorno passe despercebido: elas se prejudicam por conta do distúrbio, mas não chamam a atenção porque não atrapalham a aula.
A psiquiatra Tatyane Coló ressalta ser fundamental a percepção dos pais e professores para o diagnóstico do TDAH. Ela conta que não há exames específicos para a detecção do distúrbio, somente a anamnese, entrevista realizada pelo profissional da saúde que busca relembrar todos os fatos relacionados ao transtorno e ao indivíduo acometido por ele. Coló diz ainda que a maior parte dos adultos com TDAH desenvolve medidas colaterais para lidar com o transtorno. “O indivíduo não consegue sentar e estudar. Mas, ao longo da vida, ele teve que aprender a fazer isso bem ou mal. Então, ele desenvolve ‘técnicas’ que possam ajudá-lo. Por exemplo, estuda ouvindo música, ou em silêncio absoluto, ou lê em voz alta”, explica.
No post “Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): Um Fantasma Conveniente?”,  a psicóloga e antropóloga Susan Andrews afirma que virou moda, tanto no Brasil como nos Estados Unidos, diagnosticar crianças bagunceiras como “hiperativas”. Andrews apresenta dados alarmantes em relação ao consumo de medicação para tratamento do TDAH: mais de 1 milhão de caixas de Ritalina em 2005 já representavam um aumento de 25% em relação ao ano anterior. No Brasil, estima-se que o TDAH atinja de 3% a 6% das crianças em idade escolar. Ela ainda cita, em seu artigo, o caso do célebre primeiro-ministro do Reino Unido, Winston Churchill, que poderia ser considerado uma vítima do transtorno quando criança por sua “conduta excessivamente ruim, sempre se metendo em alguma enrascada, um problema constante para todos”. No livro “Mentes Inquietas – TDAH: Desatenção, hiperatividade e impulsividade”, a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva explica que é preciso saber identificar se a criança faz a travessura involuntariamente ou para te desafiar.
Em muitos casos, o TDAH pode ser tratado com a prática de exercícios físicos aliada ou não ao uso de medicação. De acordo com a psiquiatra Tatyane Coló, a atividade física melhora a capacidade de concentração e diminui a ansiedade do indivíduo. Outros benefícios do Pilates para pessoas em tratamento:
  • aumento da autoconfiança;
  • ganho de consciência corporal;
  • melhora da postura;
  • alívio de tensões e dores;
  • aprimoramento da coordenação e do equilíbrio;
  • prevenção de lesões.
Rafaela Porto, instrutora certificada STOTT PILATES™ e coordenadora técnica da Pilates StudioFit, recomenda que as aulas de Pilates sejam feitas com profissionais qualificados e materiais apropriados para a prática. “Isso vai refletir num aumento da auto-estima e confiança. Ouvir músicas durante as aulas é uma opção que ajudará o praticante tanto na concentração da execução dos exercícios, quanto nas respostas psicológicas presentes em qualquer atividade física que envolva coordenação motora como o Pilates”, explica Porto. “O equilíbrio é restabelecido, restaurando as conexões responsáveis pela sensação de segurança ao realizar as atividades do dia-dia”, conclui a instrutora.

Fonte: revistapilates.com.br