ARTIGO PILATES
PILATES É TUDO ISSO?
É
bom ver o pilates sendo discutido em grandes mídias. Esta semana a
Folha de São Paulo, no caderno de Equilíbrio e Saúde dedicou algumas
páginas ao nosso querido método.
Ficamos
felizes em ver amigos e bons colegas defendendo o pilates. Segue abaixo
partes da matéria que encontramos disponíveis na internet
31/07/2012 - 05h00
Sucesso do pilates abafa riscos e limitações do método
IARA BIDERMAN
DE SÃO PAULO
Dor nas costas, barriga, sedentarismo? Seus problemas acabaram: faça pilates.
A propaganda do método desenvolvido pelo alemão Joseph Pilates
(1883-1967) não é tão explícita assim, mas o pacote de benefícios colou
no imaginário popular.
O sucesso é explicado por uma feliz combinação de fatores, a começar
pelas qualidades da técnica. O pilates tem uma gama enorme de
exercícios, adaptáveis a diversas condições físicas e objetivos, que
organizam a postura e servem tanto para reabilitação quanto para a
conquista de boa forma.
As qualidades foram incensadas por bonitos e famosos, atraindo investidores do mercado da malhação.
"No início da onda [do pilates], os equipamentos eram muito caros, então
as empresas entraram com um marketing pesado para reforçar as vendas.
Virou moda e se expandiu numa quantidade absurda", diz o fisioterapeuta
carioca Leonardo Machado.
A moda não passou: iniciada há mais de dez anos, a curva de crescimento continua.
Segundo Léo Yamada, sócio do Grupo Metalife, que oferece aparelhos,
consultoria e cursos de pilates, o negócio cresce 20% ao ano. "Nosso
grupo, que abastece até 30% do mercado, está vendendo 5.000 estúdios por
ano." Há cinco anos, o número de vendas girava em torno de 1.500,
segundo ele.
A demanda também cresceu porque ficou fácil montar estúdio de pilates.
"Com uma área pequena e investimento a partir de R$ 35 mil, a pessoa
consegue começar seu negócio", afirma Yamada.
Com o crescimento rápido, vieram os efeitos colaterais. "Os
estabelecimentos precisam de professores para 'começar ontem' e os
profissionais têm que estar prontos 'amanhã' para trabalhar. Aí surge
formação por vídeo, curso de final de semana...", diz Alice Becker,
pioneira na formação de instrutores no Brasil e uma das criadoras da
Aliança Brasileira de Pilates.
No Brasil, a profissão não é regulamentada, mas há padrões
internacionais que servem para checar a qualificação do professor: ele
deve ter feito um curso de 400 a 450 horas, incluindo aulas práticas com
os aparelhos principais: trapézio, "reformer", cadeira e barril. Para
saber, só perguntando ao professor onde ele se formou e se informando
sobre a escola.
PÚBLICO DE RISCO
A formação deficiente é a primeira sombra no cenário maravilhoso
atribuído ao método. "Todo mundo quer fazer achando que é indicado para
tudo, sem avaliação, sem profissional habilitado. Esse pilates malfeito
vai acabar queimando o filme do bom pilates", teme a fisioterapeuta
Janaína Cintas, que tem especialização no método e em outras técnicas.
Por enquanto, o potencial do pilates faz o público apostar em suas
vantagens. "O método é tão consistente que até quem não tem boa
especialização faz algum sucesso, mantém seus alunos. Mas isso pode
causar problemas", diz Alexandre Ohl, coordenador de pós-graduação em
pilates na Unip (Universidade Paulista) e professor da Bodytech de São
Paulo.
O risco aumenta porque justamente a população com problemas (dor na
coluna, osteoporose, sedentária) é a mais atraída pelo método, que tem
sido usado e indicado para tratar a saúde.
A advogada Luciana Serra Azul Guimarães, 38, estava havia cinco anos
parada, com dores lombares. "Estava certa de que o pilates era a opção
ideal para mim", conta.
No primeiro estúdio em que foi, fez uma aula experimental e só não
começou a prática por falta de horários. Sorte dela: uma avaliação com
fisioterapeuta identificou que o seu problema seria agravado pelos
exercícios de pilates.
"O método é utilizado para tratamentos de coluna, mas há casos em que
pode aumentar a dor e agravar a lesão", diz o ortopedista Bruno de
Biase, do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Só depois de tratar seu problema com outras técnicas, Luciana foi liberada para fazer pilates.
"A proposta do pilates é interessante, mas começaram a oferecer mais do
que podem dar: faça pilates e você não vai ter mais dor nas costas, vai
ganhar a flexibilidade de um bailarino e o corpo da Madonna. As coisas
não funcionam desse jeito", diz o fisioterapeuta Leonardo Machado.
Fonte: folha.uol.com.br / www.trabalandocompilates.blogspot.com.br
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