ARTIGO FISIOTERÁPICO
FISIOTERAPIA REDUZ O RISCO DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA APÓS O PARTO
Foto:viefisioterapia.blogspot.com.br
A Incontinência
Urinária de Esforço, a perda involuntária de urina, interfere bastante
na vida de muitas mulheres. Uma revisão de estudos avalia se a
fisioterapia para os músculos da pelve funcionam na prevenção e
tratamento.
Cerca
de um terço das mulheres sofrem de incontinência urinária de esforço
(IUE) após parto, a perda involuntária de urina. E até 10% apresentam
incontinência fecal. O treinamento da musculatura do assoalho pélvico é
comumente recomendado durante a gravidez e após o nascimento tanto para a
prevenção quanto ao tratamento da incontinência. Uma revisão
sistemática procurou determinar o efeito do treinamento da musculatura
do assoalho pélvico para estes casos. Para isso foram selecionados
ensaios clínicos com mulheres grávidas ou no pós-parto, desde que
houvesse uma intervenção fisioterápica para os músculos do assoalho
pélvico comparada aos cuidados habituais de pré-natal, que não incluem
este tipo de orientação. Três diferentes populações de mulheres foram
avaliadas separadamente: as mulheres sem queixas, nos estudos de
prevenção; mulheres com queixa, nos estudos de tratamento, e uma
população mista de mulheres submetidas a um dos dois tratamentos. Estes
ensaios clínicos podiam ter sido realizados durante a gravidez ou após o
parto.
No total, foram analisados vinte e dois estudos envolvendo
8.485 mulheres (4231 fisioterapia e 4.254 controles). Resultados mais
relevantes: mulheres grávidas que não apresentavam incontinência
urinária e que se submeteram à fisioterapia preventiva intensiva, no
pré-natal, eram menos propensas, do que as mulheres que receberam apenas
os cuidados habituais, para relatar incontinência urinária até seis
meses após o parto. Uma diminuição do risco de 30%. Quanto às mulheres
que apresentavam IUE, três meses após o parto e que receberam
fisioterapia, elas tinham menor chance de reclamarem de IUE aos 12 meses
do pós-parto na comparação com as mulheres que receberam os cuidados
habituais. Neste caso, uma redução do risco de 40%. Outro dado
interessante é que quanto mais intenso o programa de fisioterapia, maior
o efeito benéfico. Pena que os autores não puderam comprovar os
benefícios da técnica a longo prazo.
Para concluir, há evidência de que para as mulheres que vão ter seu
primeiro bebê, a fisioterapia pode prevenir a incontinência urinária
até seis meses após o parto e de que ela é um tratamento adequado para
as mulheres que já sofrem com o problema. Eles sugerem que os efeitos da
fisioterapia possam ser maiores em certos grupos de mulheres, tais como
gestantes pela primeira vez, grávidas com fetos grandes e mulheres que
se submeteram a parto fórceps previamente. Estas e outras dúvidas,
principalmente no que se refere aos benefícios de longa duração, deverão
investigadas em novos estudos. Mas até lá fica a mensagem: com a
fisioterapia as fraldas só servirão para os bebês. (Boyle R, Hay-Smith EJ, Cody JD, et al. Pelvic floor muscle training for prevention and treatment of urinary and faecal incontinence in antenatal and postnatal women. Cochrane Database Syst Rev. 2012)
Escrito por Dr. Alexandre Faisal
Fonte: http://dralexandrefaisal.blog.uol.com.br
Fonte: http://dralexandrefaisal.blog.uol.com.br
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