segunda-feira, 24 de junho de 2013

ARTIGO FISIOTERÁPICO: FISIOTERAPIA REDUZ O RISCO DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA APÓS O PARTO


ARTIGO FISIOTERÁPICO

FISIOTERAPIA REDUZ O RISCO DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA APÓS O PARTO
Foto:viefisioterapia.blogspot.com.br

A Incontinência Urinária de Esforço, a perda involuntária de urina, interfere bastante na vida de muitas mulheres. Uma revisão de estudos avalia se a fisioterapia para os músculos da pelve funcionam na prevenção e tratamento.

  Cerca de um terço das mulheres sofrem de incontinência urinária de esforço (IUE) após parto, a perda involuntária de urina. E até 10% apresentam incontinência fecal. O treinamento da musculatura do assoalho pélvico é comumente recomendado durante a gravidez e após o nascimento tanto para a prevenção quanto ao tratamento da incontinência. Uma revisão sistemática procurou determinar o efeito do treinamento da musculatura do assoalho pélvico para estes casos. Para isso foram selecionados ensaios clínicos com mulheres grávidas ou no pós-parto, desde que houvesse uma intervenção fisioterápica para os músculos do assoalho pélvico comparada aos cuidados habituais de pré-natal, que não incluem este tipo de orientação. Três diferentes populações de mulheres foram avaliadas separadamente: as mulheres sem queixas, nos estudos de prevenção; mulheres com queixa, nos estudos de tratamento, e uma população mista de mulheres submetidas a um dos dois tratamentos. Estes ensaios clínicos podiam ter sido realizados durante a gravidez ou após o parto.
          No total, foram analisados vinte e dois estudos envolvendo 8.485 mulheres (4231 fisioterapia e 4.254 controles). Resultados mais relevantes: mulheres grávidas que não apresentavam incontinência urinária e que se submeteram à fisioterapia preventiva intensiva, no pré-natal, eram menos propensas, do que as mulheres que receberam apenas os cuidados habituais, para relatar incontinência urinária até seis meses após o parto. Uma diminuição do risco de 30%. Quanto às mulheres que apresentavam IUE, três meses após o parto e que receberam fisioterapia, elas tinham menor chance de reclamarem de IUE aos 12 meses do pós-parto na comparação com as mulheres que receberam os cuidados habituais. Neste caso, uma redução do risco de 40%. Outro dado interessante é que quanto mais intenso o programa de fisioterapia, maior o efeito benéfico. Pena que os autores não puderam comprovar os benefícios da técnica a longo prazo.
          Para concluir, há evidência de que para as mulheres que vão ter seu primeiro bebê, a fisioterapia pode prevenir a incontinência urinária até seis meses após o parto e de que ela é um tratamento adequado para as mulheres que já sofrem com o problema. Eles sugerem que os efeitos da fisioterapia possam ser maiores em certos grupos de mulheres, tais como gestantes pela primeira vez, grávidas com fetos grandes e mulheres que se submeteram a parto fórceps previamente. Estas e outras dúvidas, principalmente no que se refere aos benefícios de longa duração, deverão investigadas em novos estudos. Mas até lá fica a mensagem: com a fisioterapia as fraldas só servirão para os bebês. (Boyle R, Hay-Smith EJ, Cody JD, et al. Pelvic floor muscle training for prevention and treatment of urinary and faecal incontinence in antenatal and postnatal women. Cochrane Database Syst Rev. 2012)
Escrito por Dr. Alexandre Faisal
Fonte:  http://dralexandrefaisal.blog.uol.com.br

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