ARTIGO SAÚDE
LESÕES QUE AFETAM OS CORREDORES
COM O AUMENTO da popularidade da corrida de rua crescem também as incidências de lesões musculoesqueléticas. Pesquisa realizada por professores e alunos do Programa de Mestrado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo mostrou que os joelhos, pés, pernas, tornozelo e coluna são as áreas do corpo mais afetadas.
Dentre os principais resultados, a pesquisa ainda revela que quem corre há mais tempo tem menos lesões musculoesqueléticas. “Verificamos que os entrevistados que praticam corrida entre 5 e 15 anos apresentaram uma taxa menor de lesões. Esse resultado pode estar relacionado com pessoas que, com a experiência, se adaptaram ao esporte e agora entendem melhor o seu corpo e, com isso, criaram uma proteção”, explica Alexandre Dias Lopes, professor do Programa de Mestrado em Fisioterapia na universidade.
Para o pesquisador não é possível apontar um único fator determinante no surgimento dos problemas. “As lesões são sempre multifatoriais, é impossível dizer que o tipo de calçado ou treinamento ocasionam uma lesão. Mas sabemos que o maior erro é não ouvir o próprio corpo. A máxima do ‘no pain, no gain’ não serve nem para corredores de elite, muito menos para quem corre por prazer”, diz Alexandre, alertando para o fato de que o aumento de carga de treinos e um volume acima de 50Km por semana, certamente colocam o atleta amador em zona de risco.
Participaram do estudo 200 corredores, a maioria da capital paulista, que praticam o esporte há pelo menos 6 meses. Entre eles, 55% relataram alguma lesão musculoesquelética ocorrida nos últimos 12 meses. Os problemas mais descritos foram tendinopatias e lesões musculares. A maioria era homem (73%), com idade média de 43 anos e volume de treino de 35 km semanais. “Esses dados indicam um alerta aos participantes do esporte. É importante que eles procurem o acompanhamento de um especialista da área da saúde para saber as consequências e soluções para os sintomas”, afirma Luiz C. Hespanhol Junior, aluno da universidade envolvido no desenvolvimento da pesquisa.
Fonte: www.jornalcorrida.com.br
AS PRINCIPAIS LESÕES
1- SÍNDROME DO PIRIFORME: É a consequência do encarceramento do nervo ciático pelo músculo piriforme na sua saída da pelve para a região glútea. O corredor começa sentindo umas aghulhadas no glúteo e, mais tarde, a dor costuma se espalhar para a coxa.
2- SÍNDROME DA DOR FEMURO-PATELAR: Conhecida como dor anterior do joelho, geralmente ocorre por um desequilíbrio biomecânico. É mais comum em mulheres.
3- CANELITE: Inflamação do periósteo, a membrana que reveste os ossos. Devido à sobrecarga, ao excesso de impacto pela corrida, a tíbia, o osso da canela, pode ficar dolorida. Caso persista o mecanismo de sobrecarga, pode evoluir para uma fratura por estresse.
4- FASCITE PLANTAR: Inflamação da estrutura de sustentação da planta do pé. Manifesta-se com dor ao redor da base do calcâneo e no arco plantar. Normalmente a pessoa sente a dor pela manhã, quando pisa no chão, ao sair da cama.
5- JOANETE: Proeminência na base do hálux (dedão do pé) com inflamação local.
6- SÍNDROME DO TRATO ÍLIO-TIBIAL: É uma lesão por estresse ou sobrecarga causada pelo atrito excessivo da banda ílio-tibial com o epicôndilo lateral do fêmur.
7- TENDINOPATIAS: São inflamações dos tendões, das suas inserções e dos tecidos adjacentes. Também denominadas tendinites, paratendinites, entesites ou tendinoses. As mais comuns em corredores: tendão patelar, tendão calcâneo, tendão quadriciptal e pata de ganso.
8- CONDROMALÁCIA PATELAR: Comprometimento da cartilagem da patela por sobrecarga.
9- INSTABILIDADE LIGAMENTAR E ENTORSES ARTICULARES: Lesão, sobrecarga, estiramento ou laceração dos ligamentos do joelho ou do tornozelo.
10- METATARSALGIA: Inflamação dos ossos que constituem o pé e dos tecidos ao seu redor, como tendões e musculatura intrínseca.
Fonte: revista esportes pulso do jornal o globo. www.globo.com.br
11- BOLHAS: Lesões cutâneas provocadas pela fricção da pele.
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