ARTIGO SAÚDE
NOVA TERAPIA PARA QUEM SOFRE PROBLEMAS NA ARTICULAÇÃO
Terapia
usa aplicação de sangue rico em plaquetas do próprio paciente. Sucesso
na regeneração de cartilagens e tendões pode chegar a 70%.
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O
prêmio Nobel de medicina deste ano foi para uma dupla de cientistas que
está revolucionando um tratamento que hoje é a esperança para milhões
de pessoas, as células-tronco. Nesse trabalho o britânico John Gurdon e o
japonês Shunya Yamanaka descobriram como reprogramar uma célula madura
para uma célula que pode se transformar em quase qualquer tipo de tecido
humano. O prêmio se justifica porque esse novo método conseguiu
eliminar o risco da célula se reproduzir sem controle e se transformar
em câncer, hoje o maior temor nas terapias com células-tronco. O
problema é que esse tipo de tratamento ainda está muito longe dos
consultórios médicos.
PRP Um tipo de terapia mais acessível na medicina regenerativa ortopédica é o PRP - Plasma Rico em Plaquetas, onde o risco de tumores e rejeição não existe porque a matéria-prima para o tratamento é o próprio sangue do paciente. "O risco de câncer nesse tipo de terapia é zero", explica o médico ortopedista Renato Bevilacqua de Castro, "porque são células do próprio indivíduo que não são reprogramadas e por isso não correm o risco da reprodução fugir do controle e nem de ocorrer rejeição", conclui. No PRP, cerca de 50 mililitros de sangue são retirados do paciente, tratados em laboratório para elevar em até 10 vezes a quantidade de plaquetas e novamente introduzido no mesmo paciente no local onde está o problema. De acordo com o ortopedista Renato Bevilacqua, a terapia com PRP pode regenerar tendões, ajudar como auxiliar nos tratamentos de artrose e lesão da cartilagem com grande sucesso. Essa regeneração ocorre porque as paquetas têm a capacidade de ativar outras células a se reproduzirem, recuperando o local afetado. A regeneração de tendões, principalmente do ombro é outro tratamento cada vez mais comum. Doutor Renato explica que alguns pacientes com joelho já com lesões graves da cartilagem articular evitaram a cirurgia para a colocação de próteses, pelo menos temporariamente, após uma aplicação de PRP. O paciente começa a se sentir melhor de dois a três dias após a aplicação, e os sintomas podem reduzir no prazo de até um ano. Este foi o caso da enfermeira Thais Klems, de 54 anos, com um problema de artrose num dos joelhos ela conta que tinha dores “24 horas por dia, vivia à base de remédios". O incômodo era tanto que já afetava as tarefas do dia-a-dia por não conseguir mais andar. Ela já se preparava para uma cirurgia para implante de prótese no joelho quando resolveu fazer a PRP. A aplicação foi em julho deste ano, um mês depois Thais diz que as dores diminuíram pela metade e já voltou a andar. Ela continua fazendo hidroterapia e como faz apenas três meses da aplicação espera uma melhora ainda maior da artrose. “Nem penso mais em cirurgia”, diz. A terapia com plasma rico em plaquetas também tem ajudado muitos atletas lesionados no retorno à velha forma. O tenista espanhol Rafael Nadal foi um dos que passaram recentemente por esse tipo de tratamento com bons resultados. Atletas da NBA, a liga de basquete norte-americana, são pacientes frequentes pelo esforço que exercem sobre os joelhos. Doutor Renato, em nome da ética não dá nomes, mas diz que "no futebol brasileiro temos vários jogadores que se submeteram à terapia com PRP para estímulo de célula-tronco para tratar lesões”. O empresário Mauricio Duarte, de 52 anos, torceu o tornozelo durante uma partida de tênis. A ressonância magnética mostrou que o Tendão de Aquiles lesionado estava por “um fio” como ele mesmo explica. Se operasse ficaria com a perna toda imobilizada por dois meses, optou pela terapia com PRP. O médico deu prazo de seis meses para eu voltar a jogar tênis, em quatro meses estava de volta. Uma nova ressonância mostrou que o tendão se regenerou totalmente. O índice de sucesso dessa terapia, tanto entre atletas como em pacientes comuns, pode chegar a 70%, vai depender muito do grau de degradação da cartilagem ou tendões, explica o ortopedista Renato Bevilacqua. Por ainda ser uma novidade para a medicina, são poucos centros no Brasil que têm capacidade realizar a terapia com PRP, além disso ainda há a barreira financeira. O SUS não oferece nenhuma opção com terapias de célula-tronco para tratamento ortopédico e os planos de saúde ainda se recusam a cobrir esse tipo de despesa, que pode chegar a R$ 5 mil reais por aplicação. Simpósio Nesta semana Campinas vai ser o centro mundial em terapias com células-tronco. O Simpósio Internacional de Ortopedia Regenerativa acontece na sexta-feira (27) e sábado (28). O simpósio vai contar com especialistas do Brasil e exterior que irão discutir os principais avanços nesse campo da medicina. Um dos objetivos desse encontro é repassar e ensinar técnicas da ortopedia regenerativa a médicos e fisioterapeutas, já que terapias com células-tronco não fazem parte do currículo das faculdades de medicina e fisioterapia. Serviço: Simpósio Internacional de Ortopedia Dias: 26 e 27 de outubro de 2012 Local: Vitória Régia Concept Campinas Av. José de Souza Campoas, (Norte-Sul), 425 Campinas (SP) |
Fonte: G1 / FISIOTERAPIA.COM
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